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Detectores

No último post, falei sobre o conceito de tecnologia ubíqua de Mark Weiser e sobre a ideia de um computador imperceptível para o consciente do usuário. A maneira que considero mais simples de se conseguir esse resultado ou, no mínimo, a matéria prima mais acessível, está no sensores.

Sensores/detectores nada mais são do que dispositivos que respondem a um estímulo físico ou químico de maneira específica e mensurável. Existem mais de 20 tipos de finalidades para sensores, além de suas derivações, como fotossensíveis, de pressão, magnéticos, de calor, de potência elétrica, de movimento, de distância etc. Um exemplo de sensor é a luz do corredor de muitos prédios, que se acende quando alguém passa.

Eu vejo uma certa magia quando se fala de sensores em um contexto de ubiquidades. O grande truque aqui é que o usuário não precisa interagir diretamente com a ferramenta para que ela funcione plenamente. Não existe alguém medindo a luminosidade da sua rua 24/7 para acender os postes de luz quando necessário; eles simplesmente acendem na hora devida porque possuem um sensor de luminosidade. Da mesma forma, a lampada do corredor, citada acima, não precisa de um botão para ser acionada, basta que você passe por perto dela.

O primeiro objeto considerado um sensor foi o termoscópio desenvolvido por Galileu Galilei. Utilizado um tubo invertido com ar e um recipiente com água, ele observou de que maneira a mudança de temperatura influenciava a dilatação do ar no tubo e, consequentemente, o aumento do nível da água no recipiente.

Mas os sensores podem ser utilizados em tecnologias bem mais complexas, como nos fones da FIIL Technology. Utilizando sensores de movimento, de som e de tato, o aparelho controla, entre diversas coisas, o volume doa áudio, baseado em ruídos externos, e play/pause analisado o toque ou o movimento do usuário. Você pode conferir mais informações aqui na página do projeto no Kickstarter.

Outro projeto que esbarra na ubiquidade e também financiado pelo Kickstarter é o MOTI. É um dispositivo que visa ajudar o usuário a desenvolver hábitos física e psicologicamente saudáveis e funciona como um gatilho para mantê-lo atento. MOTI possui sensores táteis e de movimento e "vigia" seu dono durante o dia, monitorando, inclusive, algumas de suas atividades na web. Também possui uma aparência e sons semelhantes a um mascote, deixando o dispositivo muito fofo.

Embora não se encaixe no modelo de ubiquidade perfeita de Weiser, MOJI atua de forma discreta, deixando seu objetivo agir no subconsciente, embora o aparelho em si, embora pequeno, esteja bem visível. Ele foi feito para que seu dono desenvolva laços de afeto com ele, deixando sua função de lembrete em segundo plano, o que torna a experiência do usuário sem "ruídos".

Independentemente da complexidade ou do objetivo do dispositivo, os sensores estão muito mais presentes em nossas vidas do que podemos calcular. O caminho mais certeiro para a ubiquidade é utilizando esses detectores e unindo-os para formar um sistema autossustentável, ou seja, funcionando sem acionamento direto do homem. Assim, suas ações ficam na esfera do inconsciente e a ferramenta pode, enfim, se tornar invisível para a percepção.

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